Page 29 - edicao 147
P. 29
com nanismo são obrigadas a lidar que era algo raro e podia acontecer O tempo passou, o nanismo foi
com o preconceito e a discrimina- com qualquer família, independen- confirmado e num segundo mo-
ção. te de hereditariedade. Ficamos de- mento os pais de Gabriele passa-
Na família de Gabriele Vitória, de sesperados, mas buscamos forças ram por outras aflições, o medo do
seis anos, as incertezas tiveram iní- em Deus”, garante Marcio Retrova- preconceito. “Sofremos por imagi-
cio um mês antes de seu nascimen- to, pai de Gabriele. nar a dificuldade de inserção so-
to. “Ao receber a notícia do médico Contrariando as previsões mé- cial, pela falta de conscientização
durante a ultrassonografia meu dicas, a menina não precisou de das pessoas e colocar ela numa
mundo caiu. Quando ouvi a frase: cuidados especiais ao nascer, nem escola que a acolhesse com cari-
as notícias que trago não são nada precisou ficar na Unidade de Tra- nho era nossa maior preocupação”,
boas, uma angústia tomou conta tamento Intensivo (UTI), mas a fa- lembra Marcio.
do meu coração”, lembra Gislaine mília enfrentou momentos difíceis A inclusão social escolar vem
de Oliveira, mãe da menina. com as confusões nos diagnósti- acontecendo de maneira natural.
Até confirmar o resultado que cos. Uma realidade que agrada e ale-
Gabriele era portadora de uma in- “Dos cinco pediatras que aten- gra os pais e principalmente Gaby.
suficiência genética chamada na- deram a Gaby, quatro disseram “Como pais podemos dizer que ela
nismo, a família percorreu diversos que ela era uma criança normal. é pequena no tamanho, mas gigan-
consultórios, fez diversos exames e Descartaram a acondroplastia e te em inteligência e amor. Espe-
recebeu orientações de muitos mé- por conta do tamanho do crânio, ramos que as pessoas não sejam
dicos. pensavam que ela tinha hidrocefa- preconceituosas e respeitem as di-
“Surpreendemo-nos ao saber lia”, recorda a mãe angustiada. ferenças”, conclui Gislaine.
29
kappa ed 147 S Carlos 18jun19.indb 29 18/06/2019 16:49:51