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homenA gem
professora Ma- LEmBrANçAS DA fAmíLIA
ria José Soares
Brandão Mar- “Meu pai foi um ídolo para mim. Inspirada nele, escolhi minha profissão: professora. Era muito
morato, com austero com os filhos, exigindo comportamento exemplar. Tenho orgulho de dizer que tudo que
quem teve seis Mauricio Motta Mauricio Motta aprendi com meus pais, passei para meus três filhos.” Célia Marmorato nogueira
filhos: Ana Ma-
ria, Célia, Dul- “Ao mesmo tempo enérgico e doce. Conhecia todos os filhos profundamente e a cada um,
ce, Lilia, João dispensava uma atenção especial. Aquele pai que acordava cada filho com um copo de leite no
e Francisco. O ponto exato e uma delicadeza sem medida. Fora de casa era igual, sempre tinha uma atitude de
casal morou ini- Troféu carinho e atenção com quer que fosse.” dulce Marmorato soares
cialmente em
São Paulo e retornou para São “Foi uma pessoa muito a frente de seu tempo: não tinha os preconceitos morais comuns nos anos
60/70. Como marido, nunca foi do tipo machão. Cozinhava, passava roupas e fazia o serviço de
Carlos em 1949, quando o pro- casa para ajudar a esposa que também trabalhava. Além de ser marido e pai dedicado à família,
fessor ingressou no ensino se- ele nunca deixou de ajudar todos os parentes, quando alguém estava doente ou com problemas
cundário estadual. Em 1953, foi financeiros. Se eu tivesse que escolher uma única palavra para descrever meu pai, essa seria
aprovado como vice-diretor do COMPAIXÃO. Ele tratava todos com respeito.” lília Marmorato
então Instituto de Educação “Dr.
Álvaro Guião”. “Um homem bom, inteligente, amigo de todos, conselheiro, que só plantou o bem. Não fico uma
Além de atuar como profes- vez sequer sem usar os dizeres que ele sempre citava: ‘Tempo e dinheiro é questão de preferência’.
sor, assumiu cargos de gestão Saudade, muita saudade.” João Carlos Marmorato
administrativa escolar em São
Carlos, Dourado, Olímpia e Des- “Não tinha como discutir com ele, pois era uma pessoa totalmente coerente , com o que fazia e
calvado. Foi nomeado Inspetor com o que falava. Indiscutivelmente correto, um grande observador da vida. Sempre previa com
Regional do Ensino Médio e de- muita antecedência a novela da vida.” Francisco José Marmorato
pois convidado para ser Secre- “Meu avô foi a única figura de pai que eu tive. O amor dele era verdadeiro, eu ainda sinto isso. Me
tário da Educação do Estado de lembro que ele se sentava depois do almoço para assistir o jornal na tv. Eu pegava um pentinho
São Paulo, cargo que não aceitou de osso, que ele sempre levava no bolso, e ficava penteando o cabelo dele. Ele tinha o cabelo fini-
para não se afastar da família. nho, que já estava quase todo branco. Foi quando ele começou a sentir as fortes dores de cabeça
Em 1969, passou a exercer e logo depois morreu. Eu nunca vi um velório com tantas coroas de flores! Foi incrível o amor das
as funções de Delegado de En- pessoas por ele.” Paula Marmorato-rudd, primeira neta
sino. Além da carreira na rede
pública, em 1970 foi convida-
do a assumir a presidência do Arquivo Pessoal
Centro de Intercâmbio Cultural
Brasil-Estados Unidos, o CIC-
BEU, fundação sem fins lucra-
tivos, onde permaneceu até a
data de sua morte. Em 1978, já
aposentado (após 35 anos de
magistério), recebeu o prêmio
de Professor do Ano.
João Jorge Marmorato fale-
ceu no dia 27 agosto de 1981,
com 60 anos. Atualmente a
esposa tem 94 anos de idade e
a família contabiliza 11 netos e Em 1964, com a família nas comemorações pelos 25 anos de formatura.
sete bisnetos. Em cima: Lilia, Francisco e João. Na parte inferior: Célia, Dulce, Maria
José, João Jorge e Ana Maria
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