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           De são Carlos para o mundo





           Empresa, melhor do mundo em detecção de vazamento, trabalha no Oriente Médio, quer
           conquistar mercado americano sem sair daqui




           Por Eloiza strachicini                                                                 Júlio Alonso:
           Foto João moura
                                                                                                “De São Carlos
                                                                                                  eu não saio”
                 arece impossível, mas você ima-
                 gina que uma empresa em São
           P Carlos pode desenvolver um sis-
           tema para detecção de vazamentos e
           construção de dutos de petróleo e im-
           plantá-lo na Arábia Saudita? E mais: ser
           procurada pelos árabes para isso? Sim,
           isso acontece – e desde 2008. E mesmo
           com convites para se transferir para os
           Estados Unidos, a certeza é de que seu
           lugar é aqui.
              A parceria com a Al-Quraishi,
           da Arábia Saudita, começou após a
           participação  da Asel-Tech,  empresa
           local, na Offshore Technology Confe-
           rence (OTC), maior feira internacional
           de petróleo. “O curioso é que eles
           vieram  nos  procurar,  quando  justa-
           mente sempre acontece o contrário.
           Nosso foco nem era esse mercado,
           mas foi muito bem-vindo”, conta Ju-
           lio R. Alonso, diretor da empresa.
              A escolha de São Carlos para instalar
           a empresa não foi por acaso. Julio, que
           é de São Paulo, leu uma reportagem
           publicada em uma revista científica   cidade  e efetivamos  ex-estagiários.   não pretende parar por aí. O próximo
           que trazia o professor Paulo Seleghim   Levamos o nome de São Carlos para o   passo é conquistar o concorrido mer-
           Junior, da USP São Carlos, como entre-  mundo”, completa.          cado americano.  “Estamos nos reu-
           vistado. Fez contato com o docente e   No início, havia praticamente um   nindo com grandes empresas e espe-
           criou um laboratório de pesquisa aqui e   cliente no Brasil: a Petrobras. Por isso,   ramos firmar parcerias nos próximos
           ficou encantado pela cidade. Em 2006,   a empresa sabia que precisava expan-  meses. Esse sempre foi nosso foco.”
           mudou-se definitivamente. “São Carlos   dir seus horizontes. Hoje, além de ser   Isso, no entanto, não faz com que Jú-
           é uma cidade que permite um melhor   premiada como a melhor tecnologia   lio pense em aceitar o convite, já recebi-
           relacionamento entre as pessoas, ba-  de detecção de vazamento do mun-  do, para instalar a empresa em Houston.
           seado  na  confiança.  A  base  de  todos   do  e única qualificada pela estatal   “De São Carlos eu não saio, pois me sinto
           os meus fornecedores hoje está aqui”,   brasileira, ela fornece seus produtos   acolhido aqui. Para isso existe a comuni-
           afirma. “Todos os engenheiros são da   para países da América Latina, mas   cação a distância e o avião”, salienta.



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