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CULTURA
Com esse novo projeto, na om esse novo projeto, na como um palco removível para muito importante, esse olhar
C
muito importante, esse olhar
como um palco removível para
apresentação, recuperar o piso
dele para revitalizar o teatro
parte externa do teatro, Jo- apresentação, recuperar o piso dele para revitalizar o teatro
parte externa do teatro, Jo-
ajuda a não mudar o conceito,
siane explica que irá marcar
siane explica que irá marcar original, toda praça ao redor do ajuda a não mudar o conceito,
original, toda praça ao redor do
afinal ele conhece cada detalhe.
teatro e o teatro de arena. “Tudo
o desenho do piso formando
o desenho do piso formando teatro e o teatro de arena. “Tudo afinal ele conhece cada detalhe.
os canteiros com o uso de ve-
irá se somar ao uso do teatro
Interferir em um edifício exis-
os canteiros com o uso de ve- irá se somar ao uso do teatro Interferir em um edifício exis-
também, em um dia de espetá-
getações de diversas alturas também, em um dia de espetá- tente exige fazer um diagnóstico
getações de diversas alturas
e cores, recuperar um espelho culo, o hall também se expande e interpretações e o conhecimen-
e cores, recuperar um espelho
culo, o hall também se expande
d’água, colocar alguns bancos,
d’água, colocar alguns bancos, para a praça”, frisa a arquiteta. to dele acabou encurtando cami-
um deque, que pode funcionar
um deque, que pode funcionar “A assessoria do Chico foi nhos”, ressalta Sálua.
histÓria
sentimento de orfandade no araraquarense
É assim que Tereza define o sentimento que ficou na cidade depois da grandes companhias, a população vai se apaixonando. No meu ponto
demolição do antigo Teatro Municipal em 1966 que marcou definitiva- de vista, pensando na história, quando se fala que Araraquara tem um
mente a história da cidade. “o antigo Teatro Municipal foi um dos pou- forte perfil cultural, vem daí”, ressalta.
cos patrimônios que a cidade teve e sua perda deixou um sentimento Na calada da noite
de orfandade nos cidadãos. Esse sentimento toma grandes proporções, Desde a década de 50, Teresa explica que o teatro não sofria interven-
porque o teatro era uma referência, um orgulho local, que leva essa ções de recuperação. Na década de 60, ele ainda não estava em ruínas,
sensação de perda atingir até as gerações que não o conheceram”, mas precisava com urgência de investimentos e assim culmina com a
descreve Teresa. demolição na segunda gestão do Rômulo Lupo, com um projeto de uma
O teatro era uma referência nacional, o segundo maior do interior de edificação de um edifício com um teatro na parte subterrânea, que não
São Paulo, perdia apenas para o de Campinas. Na época, Araraquara aconteceu.
tornou-se um polo regional, os grandes espetáculos, os grandes nomes A secretária de cultura explica que tudo aconteceu na calada da noite.
quando vinham para o interior, vinham para Araraquara. “Isso acabou “A leitura que se tinha naquele momento e que perdurou por muitos
definindo o perfil do araraquarense, muito mais focado na cultura, anos era de que não seria possível conviver com políticas de preserva-
quando você tem acesso aos grandes nomes, grandes espetáculos e as ção do patrimônio histórico. Achavam que para a cidade ser moderna
tinha que substituir, o que é um grande equívoco que felizmente vem
sendo superado”, diz Teresa.
Nesse período que a cidade ficou sem teatro, espetáculos aconteciam de
forma improvisada onde hoje é o Clube 27de Outubro. Até que em 1977
é inaugurado o novo Teatro Municipal na Avenida Bento de Abreu,
já com uma proposta diferente, arquitetonicamente contemporâneo,
em uma região mais nobre da cidade na época. “Não se poupou nada
naquele momento, revestimento acústico, um palco imenso, as coxias, a
suntuosidade das pedras do saguão com uma perspectiva multiuso que
podia receber exposições. Existia no projeto original a perspectiva de
no segundo piso ter um bar que não deu certo por questões estruturais,
mas a cidade ganhava um teatro maravilhoso”, recorda.
Teresa conta que nesses 40 anos o teatro atraiu grandes espetáculos,
grandes companhias que ajudaram a fomentar a efervescência cultural
da cidade. Porém, nesse tempo, sempre estiveram de lado as necessi-
dades do teatro. “Por ser um prédio com potencial gigante, utilizado
de maneira muito intensa e com uma manutenção cara, houve apenas
manutenções pontuais, o que levou à situação da interdição”, conclui.
Teatro Municipal em 1914
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